Uma menina pode vestir-se de princesa e ter uma espada para matar os dragões. Um menino pode vestir-se de pirata e dançar danças de salão. No entanto há um mundo Feminino e um mundo Masculino. Que coexistem e que se devem aceitar, respeitar e amar.
Sobre os livros de actividades para meninos e para meninas! Cheios de estereótipos básicos e que já não se utilizam há muito tempo nas nossas escolas.
Mas ainda existem na nossa sociedade, na cabeça e hábitos de muita gente, perpetuando uma sociedade sexista e redutora na educação que se quer de Igualdade de oportunidades e tratamento de Género.
Sobre os livros de actividades para meninos e para meninas! Cheios de estereótipos básicos e que já não se utilizam há muito tempo nas nossas escolas.
Mas ainda existem na nossa sociedade, na cabeça e hábitos de muita gente, perpetuando uma sociedade sexista e redutora na educação que se quer de Igualdade de oportunidades e tratamento de Género.
A noção de “Igualdade
de Género” não quer dizer que os géneros sejam iguais! O que se pretende com
este conceito é trabalhar a noção de que tanto Homens como Mulheres têm (devem
ter) os mesmos direitos à educação, ao trabalho, ao salário, à sexualidade, à
família, como cidadão plenos.
As Mulheres, proibidas
durante séculos de expressarem as suas opiniões, de exercerem o seu direito de
voto, tratadas como mercadoria pelos pais e maridos, conquistaram com muita
força e coragem o lugar que nos pertence. Hoje em dia, nos países do Norte do
mundo as Mulheres estão presentes e activas em todos os sectores da sociedade.
Mas não foi fácil e foi preciso muita coragem de muitas mulheres que combateram
preconceitos sociais.
O que este caso mediático
traz à discussão é a Educação para a Igualdade de Género, ou seja, como educar
as nossas crianças para a Igualdade de oportunidade e para a desconstrução de
estereótipos, tais como “as meninas devem aprendem ballet e brincar com bonecas” e os
“meninos devem aprendem desportos colectivos e brincar com carrinhos”.
Ass
crianças devem ter à sua disposição um leque de brinquedos e jogos e
actividades iguais, mas devem ter a possibilidade de escolher o que mais se
identifica com a sua personalidade e identidade, e com eles desenvolverem sua criatividade.
O que não li em nem se
discutiu ainda é a questão de Identidade Sexual. Há seres humanos que nascem no
“corpo errado” – são pessoas transgenero ou transexuais. Muito cedo estas
pessoas sentem que a sua essência é a do sexo oposto ao que nasceram
fisiologicamente. Hoje em dia há adolescentes a fazer a transição, e é um
processo longo, doloroso, requer muita coragem e muito apoio. Precisam de
cuidados médicos, tratamento hormonal, mas principalmente apoio dos pais, da
sociedade da escola, compreensão e aceitação. Tenho uma profunda admiração
pelas famílias que compreendem este fenómeno, o apoiam e o aceitam.
Mas os meninos e meninas
que nasceram com o corpo igual à sua essência, precisam de construir também a
sua identidade de género para mais tarde cimentarem a sua personalidade e desenvolver
a sua sexualidade. Sou menino ou sou menina?
Não vamos esperar que as crianças
tenham 15 anos para lhes perguntar – tu queres ser rapaz ou rapariga? As
crianças vão construir a sua identidade sexual através dos modelos e da educação
que receberem. Mas à partida sabem e sentem a sua essência de género desde
muito pequeninos. Se observarem uma sala de jardim-de-infância, vão reparar que
todas elas têm o cantinho do teatro, com roupas variadas que as crianças escolhem
vestir para brincar aos faz de conta. Numa sala com 20 e tal crianças, a
maioria das meninas escolherá vestir-se de princesa, ou fada ou bruxa e os meninos
de piratas ou reis ou cowboys.
Talvez um dos meninos se vista de princesa e uma
menina se vista de pirata. Está tudo bem. Estão a construir em fantasia a
identidade sexual a projectar personagens dos contos de fadas que são uma das
melhores ferramentas que se podem dar às crianças para o seu crescimento. (recomendo
as minhas leitoras o Livro magnifico de CLARISSA PINKOLA ESTES, “Mulheres que
Correm com os Lobos”, que analisa psicanaliticamente o significado dos contos
de fadas.
As meninas precisam de
entrar no mundo feminino e os meninos precisam de entra no mundo masculino,
para se tornarem Mulheres e Homens. Precisam de seguir modelos válidos e
orientadores. Para mais tarde na adolescência viverem a sua sexualidade plena, qualquer que seja a orientação sexual que tiverem.
Precisam das mães, das avós e dos pais e dos avós. Ou outras
figuras adultas que os orientem na entrada do mundo adulto. Construir a sua
própria identidade é ter orgulho em saber o que se é. Eu sou Mulher e sei
respeitar os Homens, Eu sou Homem e sei respeitar as Mulheres.
Não vamos agora deitar
para a fogueira os laços e as bonecas das meninas, nem os carros e os action
man dos meninos. Uma coisa é a identificação de género, outra são as
oportunidades iguais que cada género deve ter.
Uma menina pode vestir-se
de princesa e ter uma espada para matar os dragões. Um menino pode vestir-se de
pirata e dançar danças de salão. No entanto há um mundo Feminino e um mundo
Masculino. Que coexistem e que se devem aceitar, respeitar e amar.
Somos todos diferentes na
nossa maravilhosa diversidade. A igualdade baseia-se nas oportunidades e nas
coisas que podemos fazer. A diferença baseia-se na personalidade, na identidade
e no respeito e aceitação por nós próprios e pelos outros.
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