Encontros “on line”!

Encontros através de sites "on Line"? 

Tema ainda tabu nas conversas e ao assumir que se está inscrito num site de “encontros on line”. São muitos à vossa disposição. Basta fazer uma breve pesquisa na internet e ler as características de cada um. Há aplicações para o telemóvel e outras para o computador. Há uns que são grátis, mas mediante um pagamento variável mensal, o vosso perfil tem mais possibilidades de ser visto e as características de interacção, conversa e envio de emails para as outras pessoas, varia. 

Para já aconselho que se optarem pela versão de pagamento adquiram um cartão paypal , que é mais seguro de usar em qualquer compra que se faça vai innternet. E começo logo assim, à bruta, como se vocês fossem já especialistas da coisa.

Por que razão surgem estes sites de encontros on line? Há 20 anos atrás não havia internet, e as pessoas encontravam parceiros, namorados, namoradas, às vezes casavam e por aí fora.  Porque o namoro, o romance, o encontro entre duas pessoas faz parte da nossa maneira de estarmos vivos. 

Somos seres sociais e amorosos. Para além da nossa família de origem, precisamos de encontrar as nossas “almas gémeas” que por aí andam e o amor, a paixão e o romance tornam-nos felizes, fazem-nos crescer e fazem parte da nossa vida, naturalmente. Há quem escolha a solidão, há quem esteja só por opção, mas a maioria das pessoas precisa desta ligação, desta partilha e da intimidade que um parceiro/ parceira de vida proporciona.

Em qualquer idade, em qualquer situação, uma mulher adulta se vê só. Ou porque terminou uma relação duradoura, ou porque já teve algumas relações pouco duradouras, ou simplesmente porque ainda não encontrou uma relação que fizesse sentido para a sua vida.

E podemos encontrar as nossas “Almas Gémeas” no trabalho, nas saídas à noite com amigas, numa festa de amigos, casualmente numa longa fila do supermercado, numa esplanada de café, num dia de praia e imaginemos mais cenários bonitos e românticos “ideais” que com muita, muita sorte, acontecem. Mas acontecem. 

Mas caso não aconteça, podemos arriscar sair da nossa zona de conforto e conhecer pessoas fora da nossa esfera vivencial. E se optarmos por nos inscrevermos num site de encontros, então façamo-lo sem complexos e sem vergonha. Façamo-lo em consciência, tomando as nossas precauções e sabendo bem o que queremos e que as relações humanas não são uma ciência exacta.

Conheço pessoas que têm relações duradouras, relações pouco duradouras, relações pouquíssimo duradouras, e pessoas que até casaram com pessoas que conheceram on line. E conheço pessoas que tiveram más experiências. Tal qual como na vida. Porque quem está nos site on line não são psicopatas ou “tarados”. São pessoas como nós. Com os mesmos objectivos. Encontrar pessoas.

Agora, os objectivos é que têm de ser muito bem explicados, e percebidos, primeiramente para nós próprias. E tal como na vida cá fora, a primeira regra que eu aconselho é só esta: Honestidade e Verdade nas nossa intenções. Dizer para nós e ao outro ao que vamos e para o que vamos.

Assim:

Regra número 1 – fazer um perfil no site verdadeiro. Usar fotografias actuais e não de há 10 anos atrás. Se houver um encontro real, o sujeito do outro lado vai-se sentir um bocado enganado e isto começa logo mal. Apresentemo-nos como somos. As fotografias captam apenas momentos, podemos escolher os momentos que nos retratam melhor.

Regra número 2 – escrever um perfil verdadeiro de quem somos e o que queremos da vida.

Regra número 3 – Se houver um primeiro contacto on line, “perder” um pouco de tempo a falar com essa pessoa, seja na net, seja ao telefone. A fotografia dele pode ser muito apelativa, mas é através da conversa que vão saber um pouco mais da pessoa. E fazer perguntas directas. Trocar ideias, conversar sem rodeios, sem jogos.

Regra número 4 (importante) – Pedir a página do facebook. Pode parecer idiota, mas não é. Na página do facebok, não importam tanto as fotografias, mas mais o que a pessoa publica. Por exemplo se forem vegan, não gostariam de ver um cartaz a anunciar uma “Festa Brava” e saber que o senhor é forcado. (já me aconteceu e foi um choque traumatizante, acreditem). Claro que numa situação destas, dizemos delicadamente – “Desculpe, mas os nossos valores são totalmente opostos, muito obrigada, mas não vai haver encontro nenhum”. Por acaso eu disse mais… “Como é que um homem adulto consegue andar a picar e a torturar animais inocentes em praça pública é que não entendo”, mas isso sou eu, porque há coisas que não perdoo… - Posso dar muitos exemplos, mas já perceberam. Piadas racistas, ou machistas, ou outras que firam a vossa sensibilidade… o melhor é não insistir nesse candidato.

Nota importante – Se não derem a página do facebook, “- Não tenho, ou é muito privada, e tal…”, interpretação minha – É casado e tem lá as fotos da mulher e dos filhos. Se não vos interessa uma complicação destas, desistam do candidato.

Regra número 5: A Verdade dos nossos objectivos. Como responder à pergunta e o que esperar da mesma pergunta obrigatória: “Então o que esperas / ou o que fazes neste site de encontros?

Alínea A– “Fazer amigos” – Mentira (se querem fazer amigos, façam workshops, inscrevam-se em cursos, em clubes de caminhadas ou em clubes de teatro da vossa terra).

Alínea B – “Por curiosidade” – Mentira (toda a gente sabe para que servem estes sites, não somos crianças, pá!).

Alínea C – “Para conhecer pessoas interessantes” Meia mentira (“pessoas” é muito vago – se são homens hétero, deviam dizer “Mulheres interessantes”, se somos Mulheres Hétero, devemos dizer “homens interessantes, se temos orientação homossexual ou bi, definir o género da “Pessoa”.

Alínea D – “Para e por sexo” – Verdade. (Se o nosso objectivo é esse, tudo bem, não somos puritanas, nem andamos a fazer joguinhos. Se o objectivo do sujeito e o nosso é esse, foi verdadeiro, e podemos continuar a conversa. Se não for, agradecemos a honestidade.)

Alínea E – “Para assunto sério” Mentira – esqueçam, ou vos quer pedir dinheiro emprestado ou quer uma mulher que trate dele. 

Alínea F – “Para encontrar uma Mulher / Homem com quem possa ter afinidade e empatia – Verdade (resposta honesta, parece-me a melhor de ouvir e a melhor de dar.) Podemos continuar a conversa.

Regra número 6 – Marcar um encontro na “vida real” – Em terreno neutro, local público, um café, um jantar e deixar a conversa surgir. Algum nervosismo de parte aparte? Claro que sim. Sejamos francas e tentemos conhecer aquele ser humano que temos à nossa frente.

Houve empatia? Podemos marcar um segundo encontro. Não houve empatia nenhuma? Sinceridade acima de tudo – “obrigada, mas não temos nada em comum”. A desilusão é um sentimento para o qual temos de estar preparadas. Também faz parte da vida. Mas houve verdade.

Depois, é a vida. Tudo pode correr bem, todo pode correr mal, tudo pode correr assim assim. Todas teremos histórias para contar, de certeza. Mas vamos ser honestas, verdadeiras connosco. Se o fizermos façamo-lo em consciência, sem preconceitos.

Encontros on line? Não é um bicho de 7 cabeças, não é uma actividade de gente “anormal” que não arranja ninguém na vida, não são sites de malucos e tarados. É uma nova forma de conhecer homens e mulheres que não estão na nossa esfera de todos os dias. São boas pessoas, são más pessoas, são assim assim. Tal como os nossos vizinhos, tal como os nossos colegas, tal como alguém que encontramos numa festa de um amigo. Tal como na vida “cá fora”.



Ilustrações de Malika Favre

Comentários

  1. Sempre considerei os chamados "encontros online" como algo perfeitamente normal. Como tudo na vida, e comparativamente com os encontros olhos-nos-olhos tradicionais, têm vantagens e desvantagens. No cômputo geral, vejo-os com mais vantagens do que desvantagens. Poderão implicar riscos maiores do que os encontros tradicionais? Continuando a pensar em termos de cômputo geral, não me parece.

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    1. É mesmo "como tudo na vida". O que importa é destruir preconceitos e tomar atitudes em consciência. Obrigada pelo comentário Zé

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