Cuidados íntimos e sex toys

(1º capitulo)

O título de hoje é um bocadinho sensacionalista, para vos chamar a atenção com os sex toys, mas não é para vos enganar, prometo. 

Porque se perceberam imediatamente, que cuidados íntimos tem a ver com saúde sexual feminina, posso garantir-vos que os sex toys tem igualmente a ver com o mesmo.

Eu explico o segundo tema, se conseguir tratar do primeiro tema num instante.

Este artigo é para as Mulheres, mas podem dar a ler aos vossos parceiros, maridos, companheiros, namorados, amantes…

Nas últimas semanas andei a visitar farmácia, e  parafarmácias em grandes e pequenas cidades, em Grandes superfícies comerciais em Shoppings, em pequenos supermercados, em bairros pequenos, em grandes bairros, à procura dos produtos que se chamam de “cuidados íntimos”, mas que na verdade se deveriam chamar “Produtos para a Saúde Sexual Humana”.

Descobri coisas curiosíssimas.

Em alguns supermercados encontram-se um pouco escondidos junto aos produtos básicos de saúde (álcool, pensos rápidos, et): nas parafarmácias encontram-se em expositores bem visíveis junto à se secção da cosmética ou secção de pés e mãos; em algumas farmácias mais pequenas há apenas um expositor sem indicação do  que se trata, apenas com referência à marca ou marcas.

Em todos os estabelecimentos onde entrei, perguntei a uma funcionária (nunca encontrei funcionários homens nestas áreas) pela secção dos cuidados íntimos. Fui sempre remetida para as funcionárias da cosmética (no caso das farmácias) ou para as funcionárias da parafarmácia (no caso das grandes superfícies).

A todas perguntei basicamente o mesmo. Para que servia tal produto, cuja caixa era apelativa pelas cores mas não se percebia o que continha. 

Com boa vontade lá liam o que a caixa explicava e ficavam-se por ai a olhar para mim como quem pede socorro. Eu insistia, - “mas como se usa?”-“É para homem ou para mulher”- continuava eu. "Que efeito tem?"

Algumas, amorosas, continuavam a virar a caixa por todos os lados a ver se me conseguiam explicar alguma coisa, outras com sentido de humor diziam, -“pois, não nos dão amostras, como na cosmética”, outras diziam, tristemente, -“sabe, não nos dão formação sobre estes produtos”.

Algumas das pessoas com quem falei eram técnicas de farmácia. Algumas tinham algumas noções dos produtos. Mas explicar mesmo o que vinha dentro da caixa, nenhuma foi capaz. 

Desmontei a minha personagem e confessei que estava só a fazer uma pesquisa sobre o tema  Eu sabia o que estava dentro da caixa. Expliquei às meninas. Era um produto muito semelhante ao que já vos expliquei aqui na crónica 20orgasmos numa cápsula. (Um gel que se aplica no clitóris e / ou no pénis  e actua como vasodilatador estimulando a circulação sanguínea,provocando uma sensação intensa (apenas sensação) e relativamente pouco duradoura. 

Depois disto  contaram-me várias coisas interessantes:

Muitas mulheres compram preservativos e dizem que é para uma brincadeira ou para uma festa de despedida de solteira; nas parafarmácias de grandes superfícies vendem-se mais este tipo de produtos do que nas pequenas farmácias de bairro. Tudo isto é óbvio. 

Há ainda um grande pudor e tabus em comprar e usar produtos que melhorem uma das coisas fundamentais da vida de uma Mulher e de um Homem – a sua saúde Sexual.

Uma curiosidade que uma menina me contou - uma mulher de cerca de 40 anos perguntava -lhe se havia preservativos de vários tamanhos. A funcionária perguntou-lhe – “mas é para si?”.. A cliente claro que não respondeu, ó Ceus. Isso não se pergunta. Responde-se – “Há sim senhora, desde o normal ao XXL. Qual pretende? Em caso de dúvida leve dois tamanhos.” Assim, tranquilamente. A cliente levava duas caixas e ninguém tinha nada que saber o tamanho do parceiro. 


Isto é tratar os assuntos da sexualidade com tranquilidade e normalidade. 

O sexo é a base da nossa existência, sem ele não estávamos todos aqui. Já pensaram bem nisso?

Ora bem, vamos às compras: 

Alínea avamos comprar preservativos – Um montão de marcas, sabores, cores, até uns que brilham no escuro. 
Para quem não quer ou não pode gastar dinheiro, o centro de saúde fornece gratuitamente. Basta pedir à enfermeira de serviço no planeamento familiar. 

No mercado há de vários tamanhos, sim senhora. Tal como cada uma de nós compra soutiens com copas A, B, C. D e por aí fora, os pénis dos Homens também são diferentes. Em caso de dúvida é comprar vários tamanhos e experimentar em casa, porque não há provadores nas farmácias. De sabores – para quem gosta de sexo oral, a Mulher pode escolher o sabor que mais lhe agrada. Os de cores e que brilham no escuro não servem param nada a não ser que são divertidos. O que já não é pouco. Também há sensitivos (mais fininhos) que prometem maior sensibilidade ao homem (é experimentar que muito deste marketing é psicológico) e outros com estrias que prometem mais prazer à mulher (É experimentar pela mesma razão já apresentada.) 

Gasta-se um pouco mais, mas a saúde íntima do casal, o prazer da (re)descoberta e o quebrar da rotina é fundamental para uma união saudável.

Alínea b – Vamos comprar lubrificantes vaginais. O órgão sexual feminino é um dos órgãos mais completos e complexos do corpo humano. Durante a relação sexual completa, na penetração dá-se o fenómeno da lubrificação vaginal que é produção natural de um líquido lubrificante na vulva e canal vaginal, que reduz a fricção durante a actividade sexual. 

Mas há várias alturas na vida da Mulher que esta lubrificação natural não se produz naturalmente, ou produz-se em menor quantidade, o que provoca dor e mal-estar durante a relação.

Não queremos isso. Nem dor, nem mal-estar. 

Esta falta de lubrificação pode acontecer por variadíssimas causas, pode acontecer e desaparecer, pode ser pontual, mas em caso persistente deve ser vigiado pelo médico ginecologista. Pode acontecer na menopausa ou pre menopausa, pode surgir durante algum período na vida da mulher de maior stress ou cansaço, devido a algum medicamento (antidepressivos ou outros), desidratação do corpo, ou devido a causas psicológicas ou infecções.

Mas devemos todas ter um lubrificante vaginal. Tão importante como um creme para hidratar a pele do rosto.

Como escolher? Há neutros (à base de água); Há com sabores (para parceiros que apreciem o sexo oral) e ambos podem ser usados com os preservativos. Excepto os lubrificantes à base de silicone. 

O meu conselho para quem se vai iniciar na caixinha dos produtos íntimos. – Um lubrificante neutro à base de água na mesinha de cabeceira. Basta uma ou duas gotas e o desconforto passou.

Não passando, consultar o médico ginecologista.

Esta lição já vai longa e vocês têm mais que fazer que ler o meu blogue.


Estou aqui a pensar se para a próxima falo nos sex toys ou nas mulheres multitasking. Peço sugestões. 

Comentários

  1. As tuas passagens pelos supermercados é ilariante, de facto. Estou a imaginar as meninas, atrapalhadas, a tentarem explicar a finalidade de alguns produtos sem ser preservativos... só mostra que, pelos vistos, a vida delas, nesse aspecto, é muito limitada ou convervadora... :)

    Sobre os tamanhos dos preservativos, é curioso que, até hoje, nunca encontrei em Portugal tamanho XXL. Até agora, para além dos normais, só XL e em poucas farmárcias, os sensitivos XL.
    Falo nisto pois perguntei a uma amiga que está a viver em Angola se lá encontravam os XXL, tendo em conta o "perfil" dos homens de cor, ao que ela me respondeu que não tem encontrado.
    E também sobre dimensões dos pénis destes, disse-me ela que a ideia existente sobre o tamanho superior ao normal não é tanto assim. Claro que se encontram tamanhos bastante grandes mas igualmente se encontram com dimensões ditas médias. Há para tudo para todos os gostos, diz ela.

    Bem interessante, este teu texto! :)

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  2. Bom dia Shelyak. Fui confirmar. Não há XXL de facto. Cometi um lapso hiperbólico. Sosseguem homens. O maior é XL. Muito obrigada pela sua correcção. E muito obrigada pela partilha da amiga que vive em Angola. Esse é um mito que temos de desmontar aqui um dia destes...

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    1. Não há XXL em Portugal - que eu saiba - existe por esse mundo fora mas em número de locais reduzidos, digo eu.
      Certo?

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