Este tema é outro “elefante
na sala”.
Praticamente todas os jovens têm actualmente à sua disposição um computador
ou Tablet ligado à internet, que os pais lhes proporcionam mal entram na
escola.
Facilmente e muito cedo os jovens aprendem a navegar na internet, a fazer
pesquisas para trabalhos da escola, a usar as redes sociais e a pesquisar temas
na internet sobre os quais têm natural curiosidade.
Um dos temas é
obviamente, o Sexo, assim que terminam a infância e entram na puberdade Esta
fase dá-se na vida dos jovens (rapazes e raparigas) entre os 11 e 13 anos.

Se nunca viram aconselho
que dêem uma vista de olhos ao que os vosso filhos vêem em séries como “Jersey
Shore” , “Geordie Shore” ou “Super Shore” programa que consiste em acompanhar o dia-a-dia
de um grupo de jovens que nada mais faz do que sair à noite e beber álcool em
excesso, apanhar enormes bebedeiras, terem sexo uns com os outros,
insultarem-se, por vezes agredirem-se e usarem linguagem ofensiva acerca uns
dos outros. Há momentos em que os
personagens têm depoimentos para os espectadores e os rapazes dizem que o seu objectivo
no programa é “comerem” o maior número possível de raparigas. E por aí fora.
Este programa passa nas nossas televisões, para quem tem televisão por cabo. Não
é considerado “filme para adultos” – apenas tem um aviso prévio “Este programa
tem linguagem forte e conteúdo sexual explicito”. E passa à tarde. Não passa
num canal codificado, não é considerado pornografia.
Bem. Mas já me afastei do
tema. Eu ia falar de pornografia e acabei a falar de um programa que passa nas
nossas televisões a horas “normais”, para a família ver.
Mas há mais. Ligando-se à
net, facilmente qualquer jovem pode aceder a uma plataforma de pornografia e
ter acesso a filmes esses sim que perguntam se o utilizador tem mais de 18
anos. Basta clicar no sim, mesmo que se tenha 12.
Estatística - De acordo com os dados divulgados
pelo site Pornhub, a maior plataforma online de conteúdos para adultos, em 2016
foram consumidas, em todo o Mundo, mais de 91,9 mil milhões de horas de vídeos
deste género. Os dados revelam ainda que o Pornhub recebeu 23 mil milhões de
visitas em 2016.
Nestes sites os jovens
podem ver todo o tipo de vídeos que se fazem na indústria pornográfica.
Sem filtro, nem
explicações. A curiosidade dos jovens não tem limites e a imaginação da indústria
pornográfica também não.
Vêem filmes em que os corpos humanos são tratados como
objectos, despidos de emoções e de respeito pelas Mulheres e pelos Homens
também. Geralmente as Mulheres são objecto de violência ou coerção, porque a
pornografia é na sua maioria feita por homens, com fantasias sexuais para homens.
Por detrás de um filme pornográfico há uma produção de efeitos artificiais a
que os actores são sujeitos que os espectadores desconhecem. Logo, os jovens
pensam que a realidade das relações sexuais que um dia terão será aquela. De
violência, despida de qualquer sentimento ou respeito pelo corpo humano. Cujo
objectivo é a de realização de uma pulsão sexual, de uma realização de um desejo
sexual que aos 11 ou 12 anos ainda nem sentem. Estas imagens serão confusas
para os jovens, irão dar-lhes imagens erradas sobre a sua vida sexual futura e
irão criar estereótipos e por vezes traumas difíceis de ultrapassar.
Não sou, nem nunca fui
apologista de proibir nada. Porque o fruto proibido é o mais apetecido, e os
ditados populares acertam sempre. Mas aconselho os pais a darem uma vista de
olhos no histórico dos computadores dos vossos filhos. E verem com eles alguns
dos programas de televisão que eles vêem. E conversar. Conversar muito. Tirar o
elefante da sala.

Que o desejo sexual e é
provocado por estímulos sensoriais, como seja ver alguém que nos atrai, ouvir a
voz dessa pessoa ou sentir o seu cheiro e sentir “borboletas no estômago”.
Explicar-lhes que o desejo
provoca alterações psicológicas - a alegria, a ansiedade, o amor e também
fisiológicas, a excitação no seu corpo, nos seus genitais, erecção nos rapazes,
lubrificação nas meninas, que eles hão-de sentir e tudo será normal e bonito.
Tudo será normal, menos
os filmes pornográficos. Esses não são normais. São apenas filmes, ficção,
produção, por vezes exploração, uma indústria de milhões que fazem ganhar
dinheiro a muita gente.
(Em breve – será que a
pornografia se pode tornar um vício, uma adição?)
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